Barcelos, (cidade, Portugal)

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Inácio da Silva Medela

  • ISM
  • Pessoa singular
  • [16-- - 1746]

Nascido no bairro Bom Jesus, Barcelos, em data incerta, Inácio da Silva Medela era filho legítimo de Pascoal Rodrigues e de Helena Ribeiro.
Cedo parte para terras do Brasil, onde se torna num rico homem de negócios «brasileiro», cuja fortuna foi considerada uma das maiores do seu tempo em terras brasileiras, deixando, à sua morte, entre muitas outras coisas, terrenos na baía de Guanabara.

Residente na Rua Direita, do Rio de Janeiro, lá casou com Maria de Almeida, de quem vem a enviuvar. Sem filhos, transformou-se num dos maiores benfeitores do seu tempo. Em 18 de agosto de 1724, passa uma procuração para se instituir um coro permanente no templo do Senhor da Cruz da sua terra natal.
Inácio Medela, não esquecendo os seus familiares, legou grande parte de sua fortuna a instituições de caridade no Rio de Janeiro e em sua Barcelos natal, nomeadamente à Santa Casa da Misericórdia.
Encontramos ainda referências à sua pessoa em várias diligências de habilitação a familiar do Santo Ofício (Inquisição), entre 1721 e 1731, onde, para além da referência à sua família, havia desconfianças de que era cristão-velho (judeu), mas deixara um legado de uma missa ordinária na Casa da Santa Misericórdia de Barcelos, por ele e por sua mulher. Seria uma pessoa de bons procedimentos, sisudo, prudente e de segredo, que sabia ler e escrever e, além disso, ter-se-ia tornado clérigo pela Ordem Terceira de S. Francisco!

Igualmente deixou um importante legado à Santa Casa da Misericórdia de Barcelos, de que temos notícias em dois requerimentos do provedor e Irmãos da Misericórdia da Vila de Barcelos sobre o mesmo, entre 1757 e 1820, em que ficamos a saber que “desejava beneficiar as suas parentas pobres e órfãs desvalidas (…) para dotes de parentas pobres que quisessem ser religiosas e na falta destas para dotes de casamento e ainda em parte das que não fossem parentes, contratando com a Santa Casa da Misericórdia o ficar responsável pela arrecadação deste rédito anual, administração e satisfação destes legados, segundo a forma por ele prescrita pelo interesse da quarta parte do mesmo rendimento ser a favor da mesma Santa Casa”.
Da sua obra de beneficência, temos, no Arquivo Leonor – o arquivo histórico da Misericórdia –, os seguintes registos: Livro de registo de esmolas de Inácio Medela 1746-1843, Livro dos Legados de 1787-1797 e três livros com registos da sua genealogia entre 1746-1797.

Hospital da Santa Casa da Misericórdia de Barcelos

  • HOSP
  • Pessoa coletiva
  • 1499-1980

Tanto o Hospital, com o Asilo e Botica, tinham, inicialmente, uma organização muito rudimentar, sendo que o Hospital supervisionado pelo Mordomo do Mês ou Irmão do Mês era constituído apenas por dois médicos, o Medico do Partido e o Cirurgião do Partido e pelos Hospitaleiros que cuidavam dos doentes, e o Asilo pelos enfermeiros responsáveis pelos asilados. Inicialmente existiria um pequeno Recolhimento ou Casa de Peregrinos que, provisoriamente, acolhia peregrinos a caminho de Santiago de Compostela.
Posteriormente, a partir de 1900, observa-se uma grande evolução na estrutura do Hospital, embora se mantivesse a supervisão do então Mordomo Dirigente, é criado um grupo médico designado de Conselho Médico, constituído pelos Facultativos ou seja os médicos contratados pela SCMB e que tinham a seu cargo o regime clínico do Hospital e ao qual competia o aconselhamento da Mesa em relação às necessidades do Hospital e do Asilo.
A direção do Hospital e do Asilo é da competência do Mordomo Dirigente, por vezes designado Mesário Dirigente, que atua como gestor desses estabelecimentos. Pelo desaparecimento do cargo de Mordomo do Culto em 1917, passa a ser também responsável pela Igreja da SCMB.
No que toca aos Serviços Clínicos, estariam inicialmente divididos em apenas três, Medicina e Partos, Cirurgia e por fim Aceitação, Consultas e Casa de Banco, e tinham como responsável um Diretor Clínico, a quem respondiam os enfermeiros, parteira no caso do serviço de Medicina e Partos, e os demais criados. Existindo dentro do Hospital vários departamentos como a Alfaiaria e Lavandaria, a Casa Mortuária e Teatro Anatómico, a Despensa e Cozinha, Arsenal de Cirurgia e ainda uma Farmácia própria, com farmacêutico responsável pelo fornecimento e avio dos medicamentos ao Hospital, de forma a dar apoio fundamental às suas necessidades.
A partir de 1933, a estrutura de gestão do Hospital altera-se bastante, já que, além da supervisão do Mesário Dirigente, é acrescido um Fiscal ou Diretora que seria um intermediário entre as necessidades do Hospital e o Mordomo e a Mesa Administrativa. No que toca ao Conselho Médico e Direção Clinica é designado agora um Diretor Clinico e um Subdiretor e ainda um Secretário, sendo que mantêm as suas competências anteriores, de fazer recomendações técnicas a Mesa Administrativa. Gradualmente assiste-se, a partir deste momento, a um aumento dos Serviços Clínicos que se dividiram em três: os Serviços Externos, os Serviços Internos e os Serviços de Especialidade que também tinham sido mais alargados. Assim, os Serviços Externos estariam subdivididos três: Medicina Geral, Cirurgia Geral e Consulta Externa, Aceitação e Banco. Os Serviços Internos estariam subdivididos em quatro:
Cirurgia e Partos, Medicina, Crianças e Tuberculose. No que toca aos Serviços de Especialidade, um dos regulamentos do mesmo faz menção aos serviços criados ou a ser criados, relatando cerca de 10 novas especialidade desde oftalmologia, a otorrinolaringologista, a venereologia e dermatologia. Tal como acontecia anteriormente, todos os serviços tinham como responsável um Diretor Clinico, a quem respondiam os enfermeiros, parteira, no caso do serviço de Medicina e Partos, e os demais criados.
É ainda de mencionar os designados Serviço Técnicos, como o Arsenal Cirúrgico, sob responsabilidade de Diretor e Conservador, a Casa Mortuária e Teatro Anatómico, o Balneário e a Farmácia, sob a supervisão de um Farmacêutico, assistido por um Servente ou Ajudante.
O grande bloco hospitalar, atualmente nas traseiras do edifico da SCMB, concluído em 1970, deve-se à vontade das várias Mesas Administrativas de atualizar os serviços médicos disponibilizados, tendo sido grandemente apoiado por doações de benfeitores, como Paulo Felisberto Peixoto da Fonseca, Miguel Gomes de Miranda, Dr. Duarte Nuno Lima Barroso e Horácio Barroso. Com a construção do novo bloco hospitalar e remodelação das antigas instalações e dos diversos serviços clínicos, o Hospital passou à categoria de Hospital Distrital, embora sem apoio estatal. Com o 25 de Abril e as mudanças que se instalaram no país, a SCMB sofreu como todas as instituições congéneres, as tentativas de nacionalização do seu Hospital. No entanto, e ao contrário do que aconteceu em muitos casos, foi inicialmente estabelecida uma comissão de cogestão na tentativa de manter a união entre o Hospital e a instituição. Tal solução durou somente um ano, após o qual a gestão do Hospital foi declinando, até que se concretizou a nacionalização do Hospital, ordenada por decreto de lei 704/74 de 7 de Dezembro, a SCMB foi finalmente obrigada a ceder ao Estado a exploração gratuita deste estabelecimento, situação que foi alterada em 1980, através de decreto de lei 14/80 de 26 de Fevereiro, que impôs o arrendamento do edifício Hospitalar ao Estado e o pagamento de uma indemnização por todo o recheio do
edifício.

Confraria de Santa Gertrudes

  • CSG
  • Pessoa coletiva
  • 1790-1870

As confrarias (também designadas confradias por serem constituídas por confrades, irmãos) tiveram grande incremento nos séculos XVII, XVIII e início do XIX, sendo objeto de muitas doações por parte dos devotos que acreditavam poder “comprar”, por meio das ofertas e indulgências, um lugar no Céu.
A génese da criação da Confraria de Santa Gertrudes - monja beneditina -, no âmbito da Santa Casa da Misericórdia de Barcelos, está no requerimento apresentado pelo mesário José de Almeida Castelo Branco Bezerra, senhor da Quinta de Pereiró situada na freguesia de S. Paio de Carvalhal, à Mesa, o qual foi apreciado em reunião do dia 13 de maio de
1790, sendo provedor Francisco Xavier Cordeiro da Nóbrega. Encontrando-se em franco crescimento, em Portugal, a devoção a Santa Gertrudes, a Magna, não nos surpreende que José de Almeida Bezerra tenha apresentado um requerimento. O seu pedido foi atendido e as imagens de Santa Gertrudes, a Magna, e de Santa Isabel foram colocadas no altar-mor, a primeira, do lado do Evangelho, e a segunda, da parte da epístola.