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Registo de autoridade

Asilo dos Inválidos da Santa Casa da Misericórdia de Barcelos

  • AISCMB
  • Pessoa coletiva
  • 1874-1960

Em finais do século XIX, nas novas instalações da Santa Casa da Misericórdia de Barcelos, o espaço disponível foi aproveitado durante a segunda metade do século XIX para a construção, no topo norte, ou seja, lado esquerdo da Igreja, entre 1889 e 1890, do Asilo de Inválidos, que concretizou a intenção manifestada pela irmandade ao constituir o Fundo dos Entrevados, em 1818. Nos inícios do século XX, . 1909, procedeu-se à ampliação do número de enfermarias do Hospital. Nos sucessivos compromissos, estatutos e regulamentos, as grandes linhas de caridade assistencial da SCMB tornam-se evidentes, assim temos a menção do Hospital, do Asilo de Inválidos e da possível criação do Albergue Noturno83 junto ao Asilo de Inválidos.
A direção do Hospital e do Asilo é da competência do Mordomo Dirigente, por vezes designado Mesário Dirigente, que atua como gestor desses estabelecimentos. Pelo desaparecimento do cargo de Mordomo do Culto em 1917, passa a ser também responsável pela Igreja da SCMB. Tanto o Hospital, com o Asilo e Botica, tinham, inicialmente, uma organização muito rudimentar, sendo que o Hospital100 supervisionado pelo Mordomo do Mês ou Irmão do Mês era constituído apenas por dois médicos, o Medico do Partido e o Cirurgião do Partido e pelos Hospitaleiros que cuidavam dos doentes, e o Asilo pelos enfermeiros responsáveis pelos asilados. Inicialmente existiria um pequeno
Recolhimento ou Casa de Peregrinos que, provisoriamente, acolhia peregrinos a caminho de Santiago de Compostela.
No Compromisso da Irmandade da Santa Casa da Misericórdia de 1887, sendo o primeiro compromisso criado com o intuito de servir unicamente a SCMB, descreve todos os órgãos e cargos dos irmãos da instituição além de tornar evidentes as grandes linhas de caridade assistencial da SCMB. Assim temos a menção ao Hospital, o Asilo de Inválidos e ainda da possível criação do Albergue Noturno, junto ao Asilo de Inválidos.
Nos Estatutos da Santa Casa da Misericórdia de Barcelos de 1917, pode-se observar que a SCMB continuou a privilegiar as suas ações de caridade no Hospital e no Asilo. O Regulamento do Hospital e do Asilo da Santa Casa da Misericórdia de Barcelos e Direção e Administração do Hospital de 1952 é um regulamento bastante semelhante ao anterior,
observando apenas pequenas alterações, como pequenos novos cargos, algumas mudanças de designações, mas principalmente um melhor esclarecimento dos serviços clínicos que o Hospital possuía.

Confraria de Santa Gertrudes

  • CSG
  • Pessoa coletiva
  • 1790-1870

As confrarias (também designadas confradias por serem constituídas por confrades, irmãos) tiveram grande incremento nos séculos XVII, XVIII e início do XIX, sendo objeto de muitas doações por parte dos devotos que acreditavam poder “comprar”, por meio das ofertas e indulgências, um lugar no Céu.
A génese da criação da Confraria de Santa Gertrudes - monja beneditina -, no âmbito da Santa Casa da Misericórdia de Barcelos, está no requerimento apresentado pelo mesário José de Almeida Castelo Branco Bezerra, senhor da Quinta de Pereiró situada na freguesia de S. Paio de Carvalhal, à Mesa, o qual foi apreciado em reunião do dia 13 de maio de
1790, sendo provedor Francisco Xavier Cordeiro da Nóbrega. Encontrando-se em franco crescimento, em Portugal, a devoção a Santa Gertrudes, a Magna, não nos surpreende que José de Almeida Bezerra tenha apresentado um requerimento. O seu pedido foi atendido e as imagens de Santa Gertrudes, a Magna, e de Santa Isabel foram colocadas no altar-mor, a primeira, do lado do Evangelho, e a segunda, da parte da epístola.

Hospital da Santa Casa da Misericórdia de Barcelos

  • HOSP
  • Pessoa coletiva
  • 1499-1980

Tanto o Hospital, com o Asilo e Botica, tinham, inicialmente, uma organização muito rudimentar, sendo que o Hospital supervisionado pelo Mordomo do Mês ou Irmão do Mês era constituído apenas por dois médicos, o Medico do Partido e o Cirurgião do Partido e pelos Hospitaleiros que cuidavam dos doentes, e o Asilo pelos enfermeiros responsáveis pelos asilados. Inicialmente existiria um pequeno Recolhimento ou Casa de Peregrinos que, provisoriamente, acolhia peregrinos a caminho de Santiago de Compostela.
Posteriormente, a partir de 1900, observa-se uma grande evolução na estrutura do Hospital, embora se mantivesse a supervisão do então Mordomo Dirigente, é criado um grupo médico designado de Conselho Médico, constituído pelos Facultativos ou seja os médicos contratados pela SCMB e que tinham a seu cargo o regime clínico do Hospital e ao qual competia o aconselhamento da Mesa em relação às necessidades do Hospital e do Asilo.
A direção do Hospital e do Asilo é da competência do Mordomo Dirigente, por vezes designado Mesário Dirigente, que atua como gestor desses estabelecimentos. Pelo desaparecimento do cargo de Mordomo do Culto em 1917, passa a ser também responsável pela Igreja da SCMB.
No que toca aos Serviços Clínicos, estariam inicialmente divididos em apenas três, Medicina e Partos, Cirurgia e por fim Aceitação, Consultas e Casa de Banco, e tinham como responsável um Diretor Clínico, a quem respondiam os enfermeiros, parteira no caso do serviço de Medicina e Partos, e os demais criados. Existindo dentro do Hospital vários departamentos como a Alfaiaria e Lavandaria, a Casa Mortuária e Teatro Anatómico, a Despensa e Cozinha, Arsenal de Cirurgia e ainda uma Farmácia própria, com farmacêutico responsável pelo fornecimento e avio dos medicamentos ao Hospital, de forma a dar apoio fundamental às suas necessidades.
A partir de 1933, a estrutura de gestão do Hospital altera-se bastante, já que, além da supervisão do Mesário Dirigente, é acrescido um Fiscal ou Diretora que seria um intermediário entre as necessidades do Hospital e o Mordomo e a Mesa Administrativa. No que toca ao Conselho Médico e Direção Clinica é designado agora um Diretor Clinico e um Subdiretor e ainda um Secretário, sendo que mantêm as suas competências anteriores, de fazer recomendações técnicas a Mesa Administrativa. Gradualmente assiste-se, a partir deste momento, a um aumento dos Serviços Clínicos que se dividiram em três: os Serviços Externos, os Serviços Internos e os Serviços de Especialidade que também tinham sido mais alargados. Assim, os Serviços Externos estariam subdivididos três: Medicina Geral, Cirurgia Geral e Consulta Externa, Aceitação e Banco. Os Serviços Internos estariam subdivididos em quatro:
Cirurgia e Partos, Medicina, Crianças e Tuberculose. No que toca aos Serviços de Especialidade, um dos regulamentos do mesmo faz menção aos serviços criados ou a ser criados, relatando cerca de 10 novas especialidade desde oftalmologia, a otorrinolaringologista, a venereologia e dermatologia. Tal como acontecia anteriormente, todos os serviços tinham como responsável um Diretor Clinico, a quem respondiam os enfermeiros, parteira, no caso do serviço de Medicina e Partos, e os demais criados.
É ainda de mencionar os designados Serviço Técnicos, como o Arsenal Cirúrgico, sob responsabilidade de Diretor e Conservador, a Casa Mortuária e Teatro Anatómico, o Balneário e a Farmácia, sob a supervisão de um Farmacêutico, assistido por um Servente ou Ajudante. Com o movimento do 25 de Abril, toda esta estrutura administrativa acima descrita é retirada à SCMB. Como já foi acima explicado de diversas formas, a SCMB sofreu a partir de 1974 algumas alterações na sua estrutura, principalmente na parte administrativa dos estabelecimentos, mas é também a partir deste momento que passam a ser aceites irmãos de ambos os sexos.

Santa Casa da Misericórdia de Barcelos

  • PT/SCMB
  • Pessoa coletiva
  • 1499-

A Santa Casa da Misericórdia de Barcelos (SCMB) insere-se na rede de Misericórdias surgidas sob proteção régia da rainha D. Leonor e no seguimento da reforma administrativa do reino no reinado de D. Manuel I, grandes protagonistas da caridade em Portugal, regendo-se por valores uniformes e por regras semelhantes (Compromissos), num vasto território.
Insere-se na História Geral das Misericórdias Portuguesas e, por conseguinte, compreende-se que, anteriormente à criação da Misericórdia, existiram dois “Hospitais” em Barcelos: a Gafaria ou Hospital de Lázaros e o Hospital do Espírito Santo.
A Gafaria era destinada ao isolamento de leprosos, sendo, como todos os estabelecimentos do género, situada fora da cidade, junto ao Rio Cávado, no lugar da Ordem, que ficava na estrada que ia da Fonte de Baixo para o Casal de Nil, junto à Ermida de Santo André. O Hospital do Espírito Santo situava-se junto ao eixo urbano, na Rua de Santa Maria. Ao contrário da Gafaria, que se limitava a receber os leprosos, este Hospital destinava-se a acolher os outros doentes pobres e também peregrinos. Tal como acontece com a Gafaria, nada se sabe da época de fundação deste Hospital.
Na obra "Barcelos Histórico Monumental e Artístico" Eugénio da Cunha e Freitas escreveu que a instituição da SCMB se deu em abril ou maio de 1518 e que, na sua primeira Mesa, terá tido como Provedor o Dr. Pedro Nogueira, capitão do terço de serviço de D. Fernando I, 9.º Conde de Barcelos. Atualmente, sabemos que a sua existência data, pelo menos, do ano de 1499, segundo nos informa um dos tombos da gafaria.
Da sua História recente, com o 25 de Abril de 1974 e as mudanças que se instalaram no país, a SCMB sofreu, como todas as instituições congéneres, as tentativas de nacionalização do seu Hospital. No entanto, e ao contrário do que aconteceu em muitos casos, foi inicialmente estabelecida uma comissão de cogestão, na tentativa de manter a união entre o Hospital e a instituição. Tal solução durou somente um ano, após o qual a gestão da unidade hospitalar foi declinando, até que se concretizou a sua nacionalização, ordenada por decreto de lei 704/74, de 7 de dezembro. A SCMB foi, desta forma, obrigada a ceder ao Estado a exploração gratuita deste estabelecimento, situação que foi alterada em 1980, através de decreto de lei 14/80, de 26 de fevereiro, que impôs o arrendamento do edifício Hospitalar ao Estado e o pagamento de uma indemnização por todo o recheio do edifício.
Embora de forma geral a existência de certos órgãos e cargos permaneçam intocáveis, como a Mesa da Assembleia Geral e o Definitório, a partir de 1981104, desaparece a Comissão Recenseadora, e outros órgãos, como a Mesa Administrativa e os cargos dos mesários sofreram mais alterações. O número de mesários manteve-se com um Provedor, um Vice Provedor, mas deixa de existir o Vice-Secretário e o Secretário deixa de ter ligação com a secretaria da instituição. Por fim, o Definitório vê o número de irmãos reduzido para três efetivos e três suplentes.
A alteração mais visível, é talvez a do cargo de Tesoureiro, que retorna à posse de um mesário, quando nos Estatutos anteriores, pertencia a um empregado da Instituição.
A designação de Mordomo Dirigente ou Mesário Dirigente deixam de existir, passando a existir um mesário designado de Irmão de Visita, que mensalmente terá de visitar as valências da instituição, mas que, ao contrário dos regulamentos administrativos anteriores, não as gere. A grande alteração é a criação dos Serviços Administrativos sob a alçada da
Mesa Administrativa, que se dividem em 3 divisões: Culto e Assistência, Património e Regime Financeiro e a Secretaria. Na divisão Culto e Assistência encontra-se a administração das Igrejas e Capelas da Misericórdia a cargo do Capelão privado, ao qual compete assegurar o culto na Igreja da Irmandade. Na divisão Património e Regime Financeiro, encontram-se os serviços de Contabilidade e Tesouraria da SCMB, que se encontram sob alçada do Tesoureiro da Mesa Administrativa.
Reduzida ao então chamado Asilo de Inválidos – hoje, Lar da Misericórdia –, a SCMB prosseguiu, após um decénio de indecisão, com novos projetos, principalmente na assistência e educação de infância, bem como o apoio aos idosos. Assim, entre 1985 e 1986, inaugurou o Infantário Rainha Santa Isabel e o Lar Rainha Dona Leonor. Posteriormente, continuou a desenvolver uma grande rede de apoios à sociedade barcelense, com a construção de várias infraestruturas. Entre 1987 e 2003, foram inaugurados ou remodelados e reabertos: o Lar Nossa Senhora da Misericórdia, o Lar de Santo André, o Centro Social de Silveiros, o Centro Infantil de Barcelos, a Creche As Formiguinhas e, por fim, uma Clínica de Medicina Física e de Reabilitação. Abriu ainda, em 2012, uma Cantina Social para apoio à população desfavorecida e, em 2014, a Unidade de Cuidados Continuados Integrados de Santo António.