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[Carta da Santa Casa da Misericórdia de Goa à Santa Casa da Misericórdia de Barcelos sobre diligências, enviadas pela nau Nossa Senhora do Rosário, acerca de heranças de pessoas falecidas em Goa]

Carta da Santa Casa da Misericórdia de Goa à Santa Casa da Misericórdia de Barcelos sobre diligências, enviadas pela nau Nossa Senhora do Rosário, acerca de heranças de pessoas falecidas em Goa e que eram naturais de Barcelos.

[José Joaquim de Faria Machado]

Nascido a 27 de fevereiro de 1826, em Barcelinhos, concelho de Barcelos, José Joaquim de Faria Machado foi batizado, a 5 de março desse ano, na mesma freguesia. Proprietário, capitalista, solteiro, foi residente no Recife, Pernambuco, Brasil; Comendador; benfeitor da Santa Casa da Misericórdia de Barcelos.

Nobre fidalgo descendente dos senhores da Bagoeira, por parte de D. Catarina de Faria, IV neta de D. Nuno Gonçalves de Faria, alcaide do Castelo de Faria.

Pela estirpe dos Machados, aparentava-se com os antigos senhores do Homem-e-Cávado, do concelho de Amares. Viveu na sua casa do arrabalde do Senhor da Cruz, depois que a Quinta da Bagoeira passou para a família dos Farias Machados Robys, da Quinta das Hortas, em Braga.

José Joaquim de Faria Machado foi benfeitor do hospital e asilo da Santa Casa da Misericórdia de Barcelos.

Falecido a 19 de novembro de 1889 – Campo Nª Sª Branca, 45, S. Vítor, Braga –, com 63 anos, encontra-se enterrado no cemitério municipal de Barcelos.
Segundo o Professor Eugénio dos Santos, a emigração revelou-se um dos comportamentos mais marcantes da sociedade portuguesa ao longo de toda a sua vivência coletiva, designadamente a partir do século XVIII. Desde os princípios do século XIX e durante mais de um século, o Brasil corporizou o sonho de Eldorado que fascinou muitas centenas de milhares de portugueses.

[Miguel Pereira da Silva Fonseca]

Miguel Pereira da Silva Fonseca nasceu em Barcelos, no dia 25 de agosto de 1881, na Casa da Boavista. Era filho de Luís António da Silva Fonseca e D. Josefa Pereira da Silva, de Midões.

Formou-se em Medicina e Filosofia na Universidade de Coimbra, no ano de 1909. Nesse mesmo ano fez parte dos membros diretivos da comissão administrativa do Recolhimento e Asilo do Menino de Deus.

De 1911 a 1914 e de 1919 a 1925, foi presidente da Câmara de Barcelos, dando início à rede de esgotos e pavimentação das ruas da cidade, sendo igualmente responsável por importantes obras nos edifícios dos Paços do Concelho.

Foi ainda diretor clínico da Santa Casa da Misericórdia de Barcelos até ao seu falecimento, diretor do banco de Barcelos e presidente da Associação Comercial da sua terra, onde veio a falecer. O Conde de Vilas-Boas, na rubrica “Homens-bons do Concelho” do jornal O Barcelense, a 17 de fevereiro de 1932, definiu-o assim:

Aquele que pela sua terra tanto se esforçou sem que disso tirasse o melhor proveito para a sua vida social.

Terminamos este ano a rubrica “Benfeitores em Destaque”, relembrando Miguel Pereira da Silva Fonseca e tantos outros benfeitores, que, durante décadas, prestaram e prestam serviço a esta Santa Casa, de forma abnegada e descomprometida.

[As Benfeitoras]

Nas últimas décadas, a historiografia das Mulheres tem emergido das profundezas da História. Podemos pensar que apenas desde o século XIX, com a Revolução Industrial, os ideais liberais e tantos outros movimentos, é que elas passaram a ter um lugar mais destacado. Nada mais erróneo!

As mulheres sempre estiveram presentes, no Antigo Egito, nas primeiras civilizações do Crescente Fértil, na época grega e romana. Tudo depende de como a História foi contada e, quase sempre, foi contada por vozes masculinas, fazendo com que o seu papel se diluísse.

Na História das Misericórdias, é sabido que o acesso aos cargos de direção era exclusivamente masculino, no entanto, através dos nossos estudos arquivísticos mais recentes, contatamos que, à semelhança das outras Misericórdias, a Santa Casa de Barcelos contou sempre com o apoio de mulheres que doavam e legavam os seus bens ou parte deles a esta instituição. Tal ação foi fulcral para a manutenção das diversas valências de apoio social e espiritual ao longo de séculos.

A título de exemplo, em Lisboa em 1797, por falta de irmãos que cumprissem as obrigações do compromisso, a Mesa da Misericórdia de Lisboa obteve autorização para que o governo do Recolhimento das Órfãs, do Hospício do Amparo e do Hospital dos Expostos fosse assumido por senhoras nobres. Pela primeira vez, as mulheres dirigiam importantes estabelecimentos da Santa Casa.

Em Portugal, deve-se ao primeiro governo de Fontes Pereira de Melo – por portaria de 6 de dezembro de 1872, de António Rodrigues Sampaio, ministro do Reino –, a obrigação de admitir como “irmãos os indivíduos de ambos os sexos”, cláusula a inscrever nos futuros compromissos das Misericórdias, vedando, contudo, às mulheres capacidades eleitorais e – cumprindo-se o enquadramento legal da época – exigindo às casadas a autorização dos maridos.

No século XIX, as mulheres das elites iniciavam-se na direção de atividades benemerentes, consideradas aptas para um sexo que era agora idealizado como meigo e cuidador. A maioria dos estabelecimentos de assistência não funcionava sem o trabalho feminino e, por isso, desde a sua origem, a ação das Misericórdias não teria sido possível sem as mulheres. De facto, como conseguiriam essas instituições manter hospitais sem enfermeiras, cristaleiras, cozinheiras, padeiras, roupeiras, lavadeiras, serventes, amas de expostos?

Este mês, destacamos não uma, mas três benfeitoras: D. Antónia Teresa da Cunha Vilas Boas, Joana Jacinta Guadalberta e D. Umbelina Matilde de Magalhães e Menezes. De todas, apenas sabemos que D. Antónia deixou, por volta do ano de 1760, um generoso legado – no valor de cento e trinta mil réis – ao Hospital da Santa Casa da Misericórdia de Barcelos, pois consta no Arquivo Leonor uma certidão a ele referente.

Elementos biográficos são praticamente inexistentes nestes casos, mas ficou-nos o testemunho da sua ação, da sua intervenção na sociedade e na vida de uma Casa que sempre apelou à caridade.

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