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[D. Manuel I]

Filho mais novo do infante D. Fernando (sobrinho predileto do infante D. Henrique e seu herdeiro) e da infanta D. Beatriz D. de Portugal, neta de D. João I.

Ascendeu ao trono pela morte do seu cunhado e primo, o rei D. João II, cujo herdeiro falecera num fatídico acidente de cavalo. É conhecido pelo cognome de "o Venturoso”, não apenas pela sua inesperada ascensão ao trono, para a qual muito deve ter colaborado a sua irmã, a viúva rainha D. Leonor, pela conhecida epopeia dos Descobrimentos que conheceu uma era de grande riqueza económica e intelectual.

Até nos casamentos foi prolífico, casando três vezes, primeiro, em 1497, com D. Isabel, filha dos Reis Católicos e viúva do príncipe D. Afonso, filho de D. João II. Com a morte de D. Isabel, de parto, casou pela segunda vez, em 1500, com a infanta D. Maria de Castela, irmã de D. Isabel. Deste casamento nasceram vários filhos, entre eles D. João, o futuro rei, e D. Beatriz, duquesa de Sabóia. Viúvo novamente, casou, em 1518, com a infanta D. Leonor, irmã de Carlos V.

Conforme afirma o Professor João Paulo Oliveira e Costa, D. Manuel I foi também um reformista, pois conseguiu ter, em simultâneo, exércitos em quatro continentes: África, Ásia, Europa e também América: “É um rei muito poderoso, não pelas terras que domina, mas pelas rotas marítimas que controla”.

D. Manuel I é, para já, o senhor do açúcar. Porque ele era senhor da ilha da Madeira e o açúcar madeirense, quando D. Manuel I é rei, vale 5% da receita da Coroa.

É o maior reformador, desde D. Dinis, e não haverá outro reformador antes de D. José e do Marquês de Pombal. A primeira coisa que nos apercebemos é que enquanto Duque de Beja, entre 1490 e 1495, já se mostra um homem com iniciativa de reformar as cidades e as vilas que lhe pertenciam e a própria Ordem que dirigia, a Ordem de Cristo. A prova é que sobe ao trono em outubro de 1495 e, dois ou três meses depois, já tinha criado a Comissão para a Reforma dos Forais – uma comissão que viria a trabalhar durante 25 anos.

D. Manuel I foi também o grande mentor da fundação das misericórdias, em Portugal. Na continuidade da sua reforma administrativa, mas igualmente com forte carga religiosa e caritativa.

[D. Maria II]

Apelidada de "a Educadora" e "a Boa Mãe", D. Maria II foi Rainha de Portugal e dos Algarves em duas ocasiões diferentes: primeiro, de 1826 a 1828, quando foi deposta por seu tio Miguel; depois, de 1834 até à sua morte, em 1853.

Era a filha mais velha do imperador Pedro I do Brasil e da sua primeira esposa, a Imperatriz Consorte do Brasil e Rainha Consorte de Portugal e dos Algarves, a Arquiduquesa Maria Leopoldina da Áustria.

Tornou-se Rainha de Portugal e dos Algarves como Maria II, então, com apenas sete anos de idade, deixando o Rio de Janeiro a 5 de julho de 1828. Com dispensa papal, por procuração, em 29 de outubro de 1826 casou com o seu tio, o infante D. Miguel de Bragança (1802-66). Porém, esse casamento foi dissolvido ou declarado nulo em 1 de dezembro de 1834. Nesse mesmo dia, voltou a casar, em Munique, na Alemanha, por procuração, com o príncipe Augusto de Beauharnais. Em 1836, casou com o príncipe Fernando de Saxe-Coburgo-Koháry.

No início do seu reinado enfrentou uma grave crise financeira, resultante da Guerra Civil e das invasões francesas. Enfrentou também uma série de movimentos de revolução e contrarrevolução (a Revolução de Setembro, a Revolta dos Marechais, etc.) e, em 1838, aprovou a terceira Constituição portuguesa. Em 1846, foi confrontada com a revolta da Maria da Fonte e uma nova guerra civil - a Patuleia. O seu reinado ficou marcado pela passagem do absolutismo ao constitucionalismo.

D. Maria II engravidou 12 vezes e teve 11 partos, tudo isto em 16 anos, a uma média de filho por cada 17 meses. Desde a sua primeira gravidez, aos 18 anos de idade, Maria II enfrentou graves problemas de saúde. Os médicos aconselhavam-na a parar, mas a rainha respondia: “Se morrer, morro no meu posto”. E foi no seu posto que morreu, aos 34 anos de idade.

Apesar das suas vicissitudes pessoais e do ambiente político conturbado em que viveu, D. Maria II não deixou de ter em atenção instituições como as misericórdias, fundamentais para o bem comum e o apoio aos mais desfavorecidos.

Deste modo, ficou imortalizada numa pintura a óleo sobre tela, em destaque no Salão Nobre do Núcleo Museológico da Santa Casa da Misericórdia de Barcelos, num retrato onde a rainha é representada a meio corpo sobre um fundo escuro, em ligeiro perfil, mas com o olhar direcionado para a frente. Tem o cabelo negro apanhado ao nível da nuca e traja vestido de gala em cetim em tons de rosa. Ostenta banda e comenda das três ordens militares portuguesas com o brasão das misericórdias aplicado no topo, ao centro.

[D. Teodósio II]

Filho do Duque João I e da Infanta D. Catarina, neta do rei Manuel I, foi o 7.° Duque de Bragança.

Ainda criança, permaneceu junto do rei D. Sebastião na batalha de Alcácer-Quibir (4 de agosto de 1578) até a situação se tornar grave e o rei ordenar a sua retirada para a segurança da retaguarda. Teodósio não ficou satisfeito e fugiu à primeira oportunidade, apanhando um cavalo e lançando-se a galope em direção à linha de combate. Como muitos outros homens, acabou por ser ferido e feito prisioneiro pelos marroquinos.

O Duque, seu pai, ficou estarrecido com os eventos e ofereceu uma fortuna pelo resgate do seu filho, chegando a pedir a Filipe II de Espanha para intervir em seu favor. Mas não seria necessário tanto alarme, pois o rei de Marrocos tinha ficado impressionado com a bravura do pequeno Teodósio e deixou-o regressar a casa em agosto de 1579, via Espanha.

Em 1580, por morte do Cardeal-Rei Henrique de Portugal, o jovem D. Teodósio parecia ser o aspirante ao trono português com mais hipóteses de o herdar. Talvez por isso mesmo, Filipe II só permitiu o seu regresso a Portugal, depois de ver assegurada a sua posição como rei (tornando-se no rei Filipe I de Portugal). Até aí, D. Teodósio esteve retido amigavelmente em casa do duque de Medina-Sidónia. Em 1582, o Rei nomeou-o 13.º Condestável de Portugal.

D. Teodósio tornou-se Duque de Bragança em 1583, por morte de seu pai, e cresceu para se tornar num fiel servidor dos reis espanhóis de Portugal. No início, a sua mãe, D. Catarina, assumiu a chefia da Casa de Bragança, devido à tenra idade do filho.

Segundo Mafalda Soares da Cunha, se a amplitude dos poderes senhoriais garantia um alto nível de domínio sobre as comunidades sob a sua tutela, deve destacar-se ainda que os duques utilizaram as elites e as instituições locais como instrumentos coadjuvantes do controlo sobre esses mesmos espaços. Os Bragança, em vez de afrontarem os poderes locais, reforçaram-nos, utilizando-os em seu proveito. Note-se que a integração de membros de parentelas de elites locais na corte ducal em foros de moradores foi, a este título, absolutamente decisiva. Assim sendo, um bom exemplo da gestão dos seus senhorios é a carta que apresentamos em seguida e que se encontra no Arquivo Leonor (Santa Casa da Misericórdia de Barcelos), entre outros documentos que referem a Casa de Bragança.

[Domingos José de Sousa]

Domingos José de Sousa nasceu na freguesia de Areias S. Vicente, em Barcelos, e faleceu a 22 de julho de 1914. Foi um sacerdote de elevado prestígio da arquidiocese bracarense, que mandou edificar a antiga igreja paroquial da sua freguesia, em 1898.

Em 1901, foi agraciado com o título de conselheiro, no ano seguinte, em 1902, o Papa elevou-o ao cargo de Monsenhor[1] Protonotário Apostólico, tendo mesmo sido escolhido para Bispo de Évora, cargo que não ocupou devido à sua frágil saúde.

No ano de 1903, dotou a sua freguesia – Areias S. Vicente – com um ramal de estrada que liga a estrada nacional Barcelos-Prado-Braga e mandou construir nove casas para os mais desfavorecidos da sua terra. Em 1909, ocupa o cargo de Presidente da Câmara de Barcelos.

Além de importantes donativos para a Santa Casa da Misericórdia de Barcelos – com destaque para o então Asylo de Inválidos (hoje, Lar da Misericórdia) –, beneficiou também o recolhimento do Menino de Deus, os Bombeiros Voluntários de Barcelos, o Círculo Católico de Operários e a Associação Humanitária de Socorros Mútuos da mesma localidade.

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