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[Carta da Santa Casa da Misericórdia de Ponte de Lima à Santa Casa da Misericórdia de Barcelos sobre a diligência da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, acerca da grande necessidade do Hospital-de-Todos-os-Santos]

Carta da Santa Casa da Misericórdia de Ponte de Lima à Santa Casa da Misericórdia de Barcelos sobre a diligência da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, acerca da grande necessidade do Hospital-de-Todos-os-Santos.

Livro de Lembranças

Livro de Lembranças: cópia de certidão do título de Rodrigo Barreto de Miranda; rascunho de carta sobre juro real; forma de cobrança do dinheiro do legado de Inácio da Silva Medela; das causas desta Santa Casa; cópia de carta sobre o juro do padrão grande.

[João Fernandes Duarte]

João Fernandes Duarte nasceu a 24 de outubro de 1792, no arrabalde de S. Vicente, em Barcelos, e foi batizado a 1 de dezembro de 1792, na Colegiada de Barcelos, tendo por padrinhos João Pereira Cibrão e Rosa de Jesus. Viveu na rua de S. Vicente, em Barcelos. Foi benfeitor do então chamado Asilo dos Entrevados e, também por isso, existe o seu retrato a óleo na galeria de Benfeitores da Santa Casa da Misericórdia de Barcelos.
João Fernandes Duarte casou com D. Rosa Joaquina da Conceição de Araújo Basto, natural de Barcelos, filha de António José da Silva Araújo Basto e de sua mulher Rosa Maria Cerqueira.
Já viúvo, faleceu a 25 de outubro de 1879, no Campo da Feira, em Barcelos, com 86 anos de idade, deixando dois filhos e tendo feito testamento. A linhagem Duarte, da Casa do Paço, em Lijó, Barcelos, está ligada à famosa Casa da Pia.
“É uma grande propriedade que engloba a sua própria capela, salões, uma grande casa, uma enorme varanda em granito e também uma torre (porém recente) em pedra, cujos antigos proprietários detinham o apelido de Duarte, nomeadamente Paulo José Duarte, e mais tarde herdada pela sua trineta Maria de Lurdes Cameira. É de realçar também que esta família é descendente da nobreza, mais propriamente de Reis de Portugal. A casa sofreu várias alterações ao longo do tempo, tendo os donos arrecadado várias relíquias para esta propriedade. Um grande exemplo destas é a fachada da capela que está datada de 1585, porém, através de testemunhos confirma-se que a mesma fachada pertencia a uma outra propriedade rica. Também a sua grandiosa entrada foi trazida de um velho convento de uma freguesia próxima. A Quinta da Pia é conhecida pelas suas várias fontes e cursos de águas, mas a fonte de água principal é uma pia, a pia que pertencia à Quinta da Madureira, ficando assim conhecida como Quinta da Pia. Esta propriedade foi muitas vezes modificada, porém nunca se afastando muito do original. Atualmente, é uma quinta onde decorrem eventos como casamentos, batizados e convívios da freguesia.”

“Domingos Barbosa Duarte, Cavaleiro da Ordem de Cristo, foi senhor da Casa do Paço, nesta freguesia, que lhe veio por Duartes, e na quinta das Torres em Castelo do Neiva (Viana do Castelo), instituiu o Morgado do Castelo do Neiva; foi casado com D. Maria Teresa Lobo da Cunha Jácome Correia, sucedendo-lhe na sua casa seu filho Domingos Barbosa da Cunha Lobo Sotomaior, Major de Milícias em Barcelos.”

FONTE: https://aqualibri.cimcavado.pt/handle/20.500.12940/1473?locale=pt

Como afirma Alexandra Esteves, a noção de desamparo parece quase adstrita ao século XIX, como resultado das transformações que nele tiveram lugar. No entanto, ela também se inscreve no Antigo Regime, agravada pela ausência de medidas de proteção social por parte do Estado. Por outro lado, esta tendência para a demarcação de diferentes etapas que marcam a vida humana é uma construção moderna.
Nas atuais instalações da Santa Casa da Misericórdia de Barcelos, o espaço disponível foi aproveitado, durante a segunda metade do século XIX, concretamente entre 1889 e 1890, para a construção, no topo norte, ou seja, lado esquerdo da Igreja, do então chamado Asilo de Inválidos, que concretizou a intenção manifestada pela irmandade ao constituir o Fundo dos Entrevados, em 1818. Nos inícios do século XX, em 1909, procedeu-se à ampliação do número de enfermarias do Hospital.
Mas estas obras só foram possíveis graças a benfeitores como João Fernandes Duarte, cujos gestos de filantropia permitem que a obra da Santa Casa da Misericórdia de Barcelos prevaleça pelos tempos, como ficou registado no seu retrato da nossa galeria de benfeitores:
“JOAO FERNANDES DUARTE BEMFEITOR DO ASYLO DOS ENTREVADOS NO ANO DE 1874”
A filantropia desempenha um papel crucial na sociedade, abordando vários desafios sociais, permite que indivíduos e organizações tenham um impacto positivo na sociedade, seja qual for a sua época. Ao apoiar causas como educação, saúde, alívio da pobreza, os filantropos contribuem para criar um mundo melhor e melhorar a vida dos outros.

[Rodrigo Augusto Cerqueira Veloso]

Rodrigo Augusto Cerqueira Veloso nasceu em Lavradas, Ponte da Barca, em 4 de fevereiro de 1839. Formou-se em Direito, na Universidade de Coimbra, em 1864. Viveu grande parte da sua vida em Barcelos, onde se fixou, tendo sido administrador do concelho e exercendo funções na vereação municipal. Em 1864, Rodrigo Veloso já colaborava no jornal “O Bracarense” e com folhetins no Aurora do Lima e no Barcelense.

Destacado jornalista, foi também filólogo, bibliógrafo notável e erudito escritor, sendo detentor da maior biblioteca particular do norte do país, localizada na Casa do Barão da Retorta, no Largo José Novais, onde vivia e onde recebia metade da correspondência destinada a toda a então Vila de Barcelos.

Como afirma Victor Pinho, “num tempo em que a leitura e o acesso ao livro eram privilégios só de alguns, assumiam papel de relevo as bibliotecas particulares, autênticos tesouros, recheadas de livros belamente encadernados e que eram guardados religiosamente como se de relíquias se tratassem. […] Em Barcelos, é o caso das bibliotecas do Dr. Rodrigo Veloso, advogado, notário e político progressista, e do P.e João Rosa, pároco da freguesia das Carvalhas-Barcelos”.

Em 1868, Rodrigo Veloso tomou a direção do semanário Aurora do Cávado, muito conhecido no Brasil, onde tinha inúmeros assinantes.

Sendo um intelectual de exceção, mesmo para a sua época, destacou-se também por ser benemérito da Santa Casa da Misericórdia de Barcelos, nomeadamente do seu asilo, conforme se destaca no seu retrato imortalizado pelo pintor Viana.

[Armando Pereira do Vale Miranda]

Armando Pereira do Vale Miranda nasceu, a 12 de julho de 1929, na freguesia de Midões, na pitoresca quinta de Chapre, onde também vivera o seu tio-avô, o reconhecido etnógrafo António Gomes Pereira. Aqui passou a sua infância e juventude até partir para a movimentada cidade de Coimbra, onde veio a licenciar-se em Direito, tornando-se também orfeonista, convivendo com ilustres vozes do Fado de Coimbra como: Luís Góis, António Toscano, Fernando Machado Soares, Garção Soares, Fernando Rolim e tantos outros…

De regresso a Barcelos, inicia a carreira de advogado em 1957, no entanto, a par desta função uma outra se seguiria, que marcaria para sempre a sua vida: ser provedor da Santa Casa da Misericórdia de Barcelos. Exerceu as funções de provedor entre 4 de janeiro de 1960 e 2 de agosto de 1969, praticamente uma década!

Durante todo o período em que esteve neste cargo, o então chamado Asilo de Inválidos (hoje, Lar da Misericórdia) e o Hospital ainda se situavam nas instalações antigas. Foi neste mesmo período que a ideia de um novo hospital se viria a concretizar, tornando-se no seu maior desafio como provedor e, igualmente, como ser humano, como o próprio afirmou nos seus escritos, onde registava os momentos marcantes da sua carreira e da sua vida e que, carinhosamente, distribuía por familiares e amigos.
Num dos muitos episódios que recordou com carinho, teve uma visita surpresa do então ministro da saúde, Dr. Henrique Martins de Carvalho, que, ficando agradado com as condições hospitalares, prontamente se dispôs a perguntar o que era necessário em termos de equipamento. A este repto, Armando Vale Miranda não hesitou em pedir uma incubadora e, nesse mesmo dia, foi despachada a sua aquisição.

Finda a década de 60 do século XX, decide pôr termo ao seu mandato como provedor, pois a sua filha mais nova estava a caminho e, já com três filhos, seria momento de dedicar mais horas à família. Mesmo assim, foi Presidente da Assembleia-Geral (1979-1981) e Membro do Definitório (1982-1987), marcando ainda a cidade de Barcelos como vereador da Câmara Municipal de Barcelos, entre 1960 e 1963, Presidente do Lions Clube de Barcelos (1982/1983), pertenceu também à direção da Casa do Menino de Deus, entre 1991 e 2012, instituição que também ampara e protege crianças e jovens, em situação de vulnerabilidade.

Longos e prolíficos estes dez anos que marcaram a sua vida e a de tantos quantos conviveram com ele, deixando uma marca pessoal de afetuosidade, dedicação e empenho, mas também institucional, pela forma como liderou a construção do novo hospital, proporcionando uma melhoria nos cuidados de saúde dos habitantes da cidade de Barcelos.

Homem de afetos e amizades sólidas, todos os anos passava o dia 23 de dezembro no hospital, onde era importante ter contacto com o próximo, não como provedor, mas como ser humano que era e que se importava com o bem-estar do outro.

O seu retrato, em óleo sobre tela, encontra-se hoje na Sala da Mesa do Núcleo Museológico da SCMB, com um sorriso tímido, mas sincero, de quem marcou para sempre esta Casa, num período decisivo, com um olhar sereno como quem diz que se preocupa e que a sua ausência física será apenas um breve pormenor, como quando nos despedimos de alguém com um “até breve”.

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